“Não seremos adultos crianças codependentes se forem atendidas nossas necessidades da infância. Quando isso não acontece, surgem problemas graves. A criança não recebe o reflexo e o eco que precisa. Não é amada incondicionalmente e,
por isso, não desenvolve o senso de confiança. O resultado é uma carência insaciável, que algumas pessoas expressam externamente com vícios ingestivos. Cria também a necessidade de ser constantemente validado quase como se a pessoa deixasse de existir sem esse reconhecimento. Outras consequências são: necessidade de ser tocado e abraçado, concentração no sexo oral, perda de contato
com as necessidades fisicas (os sinais do corpo), uma tendência para ‘engolir tudo que ouve’. Acima de tudo, quando suas as exigências da infância não são atendidas, você fica predisposto a sentir vergonha de si mesmo, a sentir, nas profundezas do seu íntimo, que há algo de errado com você.” (John Bradshaw)
A nossa infância é uma fase tão importante.
Muitas questões que se apresentam hoje, “na vida adulta”, correspondem a uma repetição, a uma recriação de uma cena ou situação que a criança vivenciou sem ter necessariamente sentido aquela emoção.
Para a criança é errado sentir raiva dos pais por exemplo, e se os pais não permitirem que a criança acesse a raiva pelo comportamento que os pais fizeram. Ele vai direcionar essa raiva para ela. Com essa atitude simples, reações são manifestadas e uma delas é a “vergonha tóxica”. Sensação intensa de inadequação e desconexão.
Suas memórias dolorosas da infância podem expressar que algo ainda não foi resolvido, encarado, sentido, elaborado. Talvez necessite ressignificar os fatos e se liberar do peso de uma interpretação, de uma sensação de uma falta, da tristeza, vazio, ou qualquer outra coisa que simbolize o passado que ainda se faz presente.
Poliana Mota.
Psicóloga e psicoterapeuta.