“Aos poucos, foi ficando claro para mim que os clientes têm forte tendência a usar sua força para apegar-se aos problemas e evitar soluções. Isso tem muito a ver com o fato de os problemas psicológicos, a infelicidade ou os sintomas nos darem a segurança íntima de que poderemos continuar integrando o nosso grupo. O sofrimento é a prova de que nossa alma pueril necessita para não se sentir culpada perante a família.
Ele garante e protege o direito de participação. Toda desventura causada por dificuldades sistêmicas é acompanhada pela satisfação profunda de pertencer à família.
Portanto, achar soluções para os nossos problemas tem algo de ameaçador e desagradável. Traz consigo o medo de perder os vínculos, os sentimentos confortadores de culpa e traição, o favor, a confiança do grupo. Quando lutamos por uma solução, imaginamos estar rompendo as normas familiares a que até então obedecemos e sentimo-nos culpados. Solução e felicidade parecem perigosas porque acreditamos que nos vão tornar solitários. Problemas e vicissitudes, por outro lado, fortalecem o sentimento de participação. E, muitas vezes, esse tipo de participação parece mais importante que a própria felicidade.
Por causa dessa dinâmica, as soluções são acompanhadas frequentemente de culpa; ora, a mudança exige coragem para encarar a culpa.” Bert Hellinger.
Renunciar a inocência para alcançar a mudança desejada, você está disposta? Abrir mão da segurança que as dores sistemicamente provocadas geram, é necessário para favorecer essa transformação que você tanto almeja.
Poliana Mota.
Psicóloga e psicoterapeuta.