“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. E o tempo da travessia; e se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.” (Fernando Pessoa)
Eu já mudei muitas vezes de opinião, lembro da reação da minha amiga quando eu enfim, decidi que queria viver a experiência de ser mãe. Ela ficou chocada, conheceu uma amiga que passou boa parte da vida dizendo que não seria mãe… Para ela foi difícil me ver diferente… Eu vejo esse processo acontecer com muita frequência na terapia. Os outros passam a não mais reconhecer aquela que aprendeu a conviver. E pessoa, passa por uma longa jornada de adaptação.
Quando a imagem idealizada cai por terra, quando começa a reconhecer que dizer “não” pode ser libertador, quando enfim, começa a se olhar com amor e mais respeito. Algo muda. E essa mudança exige desprendimento… E esse desprendimento pode te fazer acreditar que se perdeu. E se perder pode ser necessário para se encontrar…
Onde você chegaria se decidisse mudar?
Poliana Mota.
Psicóloga e psicoterapeuta.