“Após conhecer a alegria de ser ela mesma (a primeira fase de sua existência), ela conhece a dor de não ter o direito de agir assim (a segunda fase). Então vem o período de crise e revolta (a terceira fase). Para mitigar a dor, a criança se resigna e termina por criar uma nova personalidade, tornando-se o que os outros querem que ela seja. Algumas pessoas permanecem paralisadas na terceira fase a vida inteira, isto é, vivem continuamente revoltadas ou em situação de crise.”(Lise Borbeau)
Lise Borbeau observou que a maioria das crianças passam por essas quatro fases. Como estratégia para enfrentar a dor nós criamos máscaras. Máscaras essas que interferem na nossa forma de interpretar e se posicionar na vida. Fazendo sempre uma leitura inconsciente a partir da dor sentida em determinado período da infância.
Hoje quero sugerir que reflita sobre a importância de tomar consciência da máscara que usa para não acessar a dor. Percebo como nós ainda recorremos aos nossos pais para continuar na terceira fase mantendo a revolta, ou continuamos manifestando comportamentos que na nossa visão condizem com o que eles esperam de nós. Seja como for, a criança ferida está reagindo. E assim, o adulto consciente do que pode ser feito com o que ocorreu e com o que aprendeu, não consegue decidir e seguir.
Peço que sinta o quanto resiste liberar o passado. E observe que seu pai e sua mãe podem estar reagindo as suas próprias dores ainda inconscientes. Perceba se existe uma parte em você que ainda espera que eles despertem assumindo que não concederam o cuidado que esperava receber. Se assim for, analise se essa espera te impulsiona ou te paralisa na sua caminhada.
Poliana Mota.
Psicóloga e psicoterapeuta.










