Como é desafiador reconhecer semelhanças naquela pessoa que você só critica. E quando essa pessoa é sua mãe, o processo fica mais complicado ainda.
Dizer: “eu sou igual a minha mãe .” Serve de gatilho para uma série de sentimentos e julgamentos reprimidos.
Noto que essa parte em você, que nega comportamentos da sua mãe ou que acredita que pode fazer melhor, é uma criança ferida que gostaria que algumas dores não tivessem sido vividas, nem por você e nem por ela.
É uma menina que olha para a mãe e entende que ela fracassou e a única forma de resolver essa situação é fazer totalmente diferente e assim, sem perceber você se prende em uma história que não é sua, analisando toda situação de forma infantil e limitada.
Vivendo para mudar o destino dela é muito difícil de viver a sua vida…
O primeiro passo é reconhecer que existe essa parte em você que nega a história da sua mãe, que tenta consertar o passado e que carrega uma expectativa excessiva de ser diferente. Negando que a vida chegou até você, porque tudo foi experimentado exatamente como foi.
Sem perceber esse processo, sua criança interior continua desamparada, e a possibilidade de crescimento e amadurecimento fica restrito. Esperar que tudo mude, te impede de mudar o que já pode ser transformado…
Iniciar essa jornada é importante… Cada um terá uma experiência singular. E encarar esse desafio em algum momento é o que eu espero que você escolha.
Poliana Mota.
Psicóloga e psicoterapeuta.