Eu sei, olhar para infância nem sempre é uma tarefa fácil. Encarar situações dolorosas, reviver um cenário que passou anos tentando esquecer, acessar emoções que foram congeladas, de fato é um movimento que exige coragem e amor.
Amor por essa parte em você que ainda está viva e que interfere muito na sua forma de se ver e de ver a vida.
Você pode me perguntar: “Eu quero me tornar mais confiante. Quero tomar mais decisões sem medo. Quero parar de ser tão insegura. Eu preciso dessa criança para isso?
E a resposta é que SIM. Imagine que sua criança não tinha o direito de escolher, que ela não podia expressar livremente suas histórias, sua imaginação, sua intuição. Como a sua adulta vai ter repertório emocional para fazer diferente agora?
Olhar para seu passado não é um convite para ficar presa na dor. É o contrário, é a possibilidade de sair de padrões inconscientes que ainda se expressam através das mesmas experiências vividas na infância.
Se você deseja tomar mais decisões com confiança, sugiro que olhe para sua criança. Como ela era tratada quando fazia uma escolha? Ou melhor, existia a oportunidade de escolher? Como ela se sentia? Como ela ficava quando era silenciada?
Lembre: Seus pais, deram o que receberam. Eles proporcionam para você o que conheciam, culpá-los não modifica a sua história.
Olhe para sua criança com a consciência de que agora você é uma adulta e pode atender suas necessidades, amá-la e favorecer circunstâncias saudáveis para que ela encontre a sua forma de ser e estar no mundo. Sendo apenas ela mesma!
Se na sua infância faltou um adulto consciente que fosse capaz de garantir que você tivesse condições de expressar sua criatividade, sua imaginação e intuição, para que confiasse na própria escolha. O que você pode fazer hoje para sua menina que ainda espera ser vista e aceita?
Poliana Mota.
Psicóloga, psicoterapeuta Humanista
e Consteladora Familiar Sistêmica.