Passado…

Escutamos com frequência: “o passado passou.” E eu me pergunto: Será? Liberar espaço para o novo exige a nossa boa vontade de se desprender do que já não tem mais utilidade. Olhar para um objeto, ou até mesmo uma memória e ter clareza que ela não atende mais nenhuma necessidade atual ou real, é para alguns ou em algum momento, desafiador. Não sei se já se percebeu retornando para uma experiência do passado simplesmente para vitimar-se. Reviver várias interpretações fragmentadas com o único objetivo de manter a velha crença viva e funcional.

Já aconteceu com você? Até que ponto você consegue olhar para o passado e incluir o que houve? Quando digo incluir me reporto aos conceitos da constelação familiar sistêmica, que ensina que dizer “sim” para algo maior que nós, nos leva para frente, nos conduz gentilmente na direção da vida.

Já olhei para meu passado de muitas formas. E sinceramente não acredito que seja um exercício que chegue ao fim. O que muda é quando reconhecemos que o passado se apresentou e exige uma atitude. Você vai continuar ou vai desistir?
Desistir de criar válvulas de escape que te retiram da presença e te levam para um mundo que não pode assumir a responsabilidade por nada? Afinal, passou e você já fez o que tinha ou poderia que ser feito.

Essa conversa é longa e esse assunto é profundo. Eu sugiro que olhe para seu passado e identifique o quanto ele te domina. Perceba se repete hábitos, crenças, dores e fatos que te prendem no mesmo estado mental, emocional.

Fazer um trabalho para administrar esse conteúdo percebido também será importante. Acessar a carga emocional contida na memória, acolher a criança interior ferida que não aceita o que houve, assumir a responsabilidade do adulto que agora consegue fazer algo por si mesmo, respeitar a história de todos que vieram antes e favoreceram com que chegasse até aqui. Enfim, cada experiência é única e cada história é contada de uma maneira específica e especial. Olhar para a sua e o que precisa ser visto nela será seu trabalho.

Faz sentido?

Poliana Mota.
Psicóloga e psicoterapeuta.

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