Eu sempre quis comprar uma casa, acreditava que esse era mais que um sonho, era uma missão, era a única opção para me sentir feliz, realizada.
Essa era a história que eu contava e acreditava piamente.
Me formei e esse passou a ser meu foco. Eu gastava o mínimo possível, eu me privava de viver experiências, eu só focava em economizar.
Muita coisa aconteceu, muita mesmo. Olhando para trás eu nem posso imaginar como a Poliana adolescente reagiria se soubesse como seria o futuro dela. Rsrs!
Com a minha formação em Constelação Familiar, as coisas ficaram mais claras para mim sobre essa história que eu acreditava.
Bert Hellinger diz: “[…] Torna-se evidente que a necessidade de ser inocente é uma necessidade que se origina na infância. É a necessidade de que seus pais digam: ‘Você é bom’. Uma pessoa assim só vê os pais e não a realidade. Não é mais capaz de diferenciar o que é bom para a vida dela e o que não é, e não consegue se libertar. Se ela se libertar, se sentirá culpada. O progresso sempre está ligado à culpa. […]Ninguém pode progredir sem se defrontar com a culpa e aceitá-la, isso é inevitável.
Para progredir com o que era bom para mim naquele momento da minha vida eu precisei dizer não para aquela busca. Aquele sonho me distanciava do que eu necessitava vivenciar. E era muito pesado.
Hoje reconheço que eu tinha muitos sonhos e não tinha dado voz e espaço para eles. Aquela casa é um deles. E sei que ela virá. Mas, posso dizer que eu aprendi muita coisa nesse intervalo. Aprendi que meu lar é onde estou nesse momento. E que posso experimentar criar vínculo com o espaço que me acolhe mesmo sem a garantia de que será para sempre.
E você, do que precisa abrir mão para alcançar o que de fato é importante?
Será que ainda necessita que sua criança desobedeça seus pais para então progredir?
Em que área você precisa sustentar a culpa de fazer diferente do que esperam?
Poliana Mota.
Psicóloga, psicoterapeuta Humanista
e Consteladora Familiar Sistêmica.