“Dizer sim quando quero dizer não é dar mais valor aos outros do que a mim, é não colocar meus limites, e isso é não me respeitar.. É o mesmo que dizer que o que eu sinto não vale nada, que os ouros podem passar por cima de mim à vontade. E eles passam, sem dó nem piedade.
Hoje estou aprendendo a dizer não. Quando não quero alguma coisa, simplesmente digo não. Sem raiva nem emoção. Um não é só uma negativa. É nosso limite. Um direito que temos de decidir o que desejamos ou não fazer. A isso se dá o nome de dignidade. Quando nos colocamos com sinceridade, dizendo o que sentimos, somos respeitados.” (Zíbia Gasparetto)
Noto com tanta frequência a dificuldade que as mulheres sentem de dizer não. Vale ressaltar, que esse “não” é dito com uma intensidade assombrosa para elas mesmas. Os outros são poupados, e elas se privam do direito de escolher o que realmente querem naquele instante.
Já falei bastante sobre os papéis que representamos. Eles são aprendidos na infância e que como estratégia de enfrentamento norteiam as dinâmicas nas interrelações. Um deles é da “boazinha”. A boazinha, consegue evitar e ganhar muitas coisas. Ela se identifica tanto com a necessidade excessiva de atender o outro que quando esse papel é condicionado, a mulher esquece seu próprio centro. Agora já na condição de adulta, ainda se defende e ataca utilizando essa estratégia.
Esse regaste é fundamental. Percebendo que você não precisa mais se proteger do outro ou que a busca por esse amor e reconhecimento não vai mudar o que sente, nem te trazer a sensação de valor pessoal que tanto busca. Esse caminho agora terá que ser trilhado por você… Para você… Com você… a auto observação vai favorecer com que você identifique qual é o padrão que está sendo manifestado.
Investigue como você lida com o limite. É fácil se posicionar? É doloroso dizer não? O que ganha quando sem querer atente a necessidade do outro? O que perde quando sem se escutar negligencia seu desejo? O que te impede de expressar o que pensa e sente de forma assertiva para o outro?
Essa é uma reflexão profunda. Respire fundo e se questione!
Obs: Esse conteúdo é direcionado para aquelas pessoas que não conseguem dizer “não“ de forma extrema e excessiva. Só de imaginar essa possibilidade, um sofrimento é acionado. Essa consciência não é para criar um funcionamento egoísta, e sim atender suas necessidades e prioridades de forma adequada, no momento adequado.
Poliana Mota.
Psicóloga e psicoterapeuta.