Talvez a resposta para essas questões estejam na sua identificação com a criança ferida que ainda não foi acolhida em você.
Olhar para seus medos e crenças inconscientes que estão diretamente relacionadas com inúmeras necessidades que não foram satisfeitas na infância pode ser um caminho de cura e transformação.
Na filosofia da constelação familiar sistêmica, é visto que os pais são grandes e os filhos pequenos. Inverter ou confundir essa ordem, provoca muita confusão.
É comum que depois de uma briga, um dos pais solicite a presença, e o apoio de um dos filhos. Na expectativa de se sentir acolhida e obter conforto, a criança é convocada.
Para a mãe ou o pai, a cena é pontual. Depois que o conflito passa, não existe mais uma demanda para o filho. Mas, a criança não sente assim, dependendo da idade é difícil separar a imaginação da realidade, a sensação de que se algo acontece com os pais, pode ser vista como algo que ele fez ou deixou de fazer. Ou que cabe a ela manter tudo estável para sua própria segurança e sobrevivência.
Imagine o peso que para uma criança acreditar nessa frase: “Cabe a mim fazer as pessoas se sentirem bem ou mal; o que digo, penso, sinto ou faço as mantém por perto ou faz com que se afastem” ( Brenda Schaeffer)
Agora pense, aquela criança cresceu. Você se tornou adulta e onde acredita que vai reviver esse conteúdo que foi aprendido no passado? Isso mesmo, agora ela vai procurar pessoas que sejam semelhantes ao pai ou a mãe. Sua vida amorosa pode ser afetada, ela espera inconscientemente repetir a função que aprendeu na infância.
Recriar aquela experiência se torna um padrão até que você perceba e decida encarar tudo que um dia foi vivido.
Esse processo de investigação é profundo e libertador. Lembre: você não precisa passar por isso sozinha.
Poliana Mota.
Psicóloga, psicoterapeuta Humanista
e Consteladora Familiar Sistêmica.